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Tratamento: ‘Hormônio do amor’ pode ajudar a combater anorexia

Anorexia: Não existe medicamento para tratar a doença. Pesquisadores acreditam que a oxitocina, o 'hormônio do amor' possa ser um caminho

A oxitocina, hormônio produzido no cérebro, é também conhecida como o “hormônio do amor” por estimular produção de dopamina e serotonina, neurotransmissores associados às sensações de prazer e motivação, à melhora do humor e redução da ansiedade. Pesquisas recentes vêm mostrando que a substância pode também contribuir com o combate a doenças como depressão e obesidade, além de ajudar no comportamento de crianças autistas. Agora, um estudo aponta para uma nova possibilidade do uso do hormônio: tratar a anorexia, doença para a qual ainda não existem medicamentos.

De acordo com os autores da pesquisa, a anorexia envolve problemas relacionados não somente à alimentação e formato do corpo, mas também à ansiedade e sensibilidade a emoções negativas. “Pacientes com anorexia apresentam uma série de dificuldades sociais que geralmente começam na adolescência e antes de a doença se manifestar. E essas dificuldades são importantes para entender a anorexia”, diz Janet Treasure, pesquisadora do Instituto de Psiquiatria da King’s College London e coordenadora do estudo, que foi publicado nesta quinta-feira no periódico Psychoneuroendocrinology.

Os pesquisadores deram doses de placebo a 64 mulheres com e sem anorexia e pediram que elas olhassem e descrevessem imagens de alimentos, de pessoas com formatos de corpo variados e de partes específicas do corpo, como olhos ou da boca. Depois, os autores repetiram o mesmo procedimento, mas, em vez de placebo, deram doses de oxitocina às participantes.

O estudo mostrou que, com o placebo, as mulheres com anorexia deram muito mais atenção às figuras de alimentos e de pessoas mais gordas – que, para elas, são imagens negativas — do que as mulheres saudáveis. No entanto, com a oxitocina, o foco das participantes anoréxicas nessas imagens diminuiu e a reação delas aos alimentos e formatos de corpo maiores ficou mais parecida com a das participantes saudáveis.

“Esse é um estudo inicial com um número pequeno de participantes, mas é extremamente animador ver o potencial que esse tratamento pode ter”, diz Treasure. “Agora, precisamos realizar pesquisas maiores antes de podermos começar a fazer diferença em como esses pacientes são tratados.”

Fonte: revista veja