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Maioria das pessoas com psoríase sofre de outro problema de saúde

Psoríase: lesões podem cobrir de 3% a 10% do corpo

Uma pesquisa inédita revelou que 70% dos brasileiros que têm psoríase — uma doença inflamatória crônica da pele — apresentam ao menos um problema de saúde relacionado à doença, como obesidade, hipertensão e depressão. A psoríase afeta de 1,5% a 3% da população mundial e se caracteriza pela formação de placas vermelhas principalmente nos joelhos, cotovelos e couro cabeludo. Em alguns casos, há também inflamação nas articulações.

Ainda não se sabe ao certo por que a psoríase está associada a outras doenças. Para especialistas, uma possível causa é a mudança de comportamento do paciente ao ser acometido pela psoríase.

“A pessoa se sente envergonhada com as lesões na pele, fica mais retraída e desenvolve um comportamento depressivo ou hábitos que levam à obesidade”, diz Ricardo Romiti, dermatologista.

Outra possível explicação é que a lesão cutânea ajuda a desencadear processos inflamatórios no resto do organismo, aumentando o risco de doença coronariana, por exemplo.

Alto risco — De acordo com o estudo, feito pelo laboratório Janssen, dentre as pessoas com psoríase que apresentam alguma enfermidade associada, a maioria (75%) tem sobrepeso ou obesidade. Outras associações comuns são hipertensão (32%), colesterol alto (25%) e diabetes (17%), fatores de risco para cardiopatias.

A pesquisa também forneceu evidências de que pessoas com psoríase apresentam um risco maior de desenvolver problemas emocionais, como ansiedade (39%), depressão (26%) e alcoolismo (17%).

“Isso não significa que uma pessoa com uma lesão decorrente de psoríase vai enfartar, mas sim que pacientes com formas graves da doença correm um maior risco de ter algum problema cardíaco ou psicológico”, diz Romiti.

Os dados foram baseados em um levantamento com 877 pacientes atendidos em 26 centros especializados em psoríase localizados em dez estados brasileiros. Os participantes tinham, em média, 48 anos. Metade deles apresentava um grau leve da doença, ou seja, as feridas cobriam até 10% do corpo – para efeito de comparação, a palma da mão cobre 1%. O restante manifestava formas moderada ou grave da condição.